Ato na sede da Petrobras denuncia desmonte da empresa

Fonte: Rede Brasil Atual

A Frente Brasil Popular, CUT, Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato Unificado dos Petroleiros (Sindipetro) de São Paulo fizeram hoje (24) ato no prédio da Petrobras na Avenida Paulista, região central da cidade, em defesa da empresa e do pré-sal. Os petroleiros querem chamar a atenção da população para o que consideram “desmonte da empresa” e abertura da exploração do pré-sal para empresas privadas e internacionais.

“Está havendo um desmonte da Petrobras. A nomeação de Pedro Parente para a presidência e a contratação de Nelson Luiz Costa Silva para pensar a estratégia são sinais claros de entrega. Precisamos fazer isso chegar à população”, disse a coordenadora geral do sindicato, Cibele Vieira.

Cibele afirmou que a maioria da sociedade “subestima” o pré-sal, achando que é apenas uma “riqueza pequena” no fundo do mar. “O pré-sal nos coloca entre os quatro maiores produtores de petróleo do mundo e poderemos chegar ao lugar de maior produtor. É muita coisa. O mundo todo está estatizando as reservas de petróleo, porque esse é um bem estratégico. Então, as empresas privadas não têm mais para onde ir, por isso estão vindo com tudo na maior descoberta mundial, que é o pré-sal”, afirmou.

Cibele lembrou que a lei atual determina que uma parte dos recursos oriundos do pré-sal seja reservada para o financiamento de programas sociais, saúde e educação. “Aí, eles vêm e colocam um teto para o gasto público, inclusive exigindo isso dos estados. Ou seja, já cortaram novos investimentos, benefícios, salários de servidores e proteção social, neste momento de crise. E alegam que é porque não há dinheiro. Então, como querem entregar pré-sal para as multinacionais? Não faz sentido.”

Segundo o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil de São Paulo (CTB São Paulo) e um dos coordenadores da Frente Brasil Popular, Onofre Gonçalves, a Petrobras e o pré-sal estão ameaçados pelo projeto de lei aprovado no Senado em fevereiro, que desobriga a Petrobras de ser operadora única e ter participação de 30% na exploração. O texto, de autoria do então senador José Serra, agora ministro de Relações Exteriores, já foi encaminhado à Câmara dos Deputados.

“Parece que o governo está priorizando uma votação na Câmara para aprovar esse projeto. Estamos muito preocupados com isso, porque pensamos que a Petrobras é o maior patrimônio brasileiro, maior empresa, que emprega milhares de trabalhadores, e que defende, de fato, o investimento no nosso país. Não podemos aceitar uma proposta dessas, que vai tirar recursos dos programas sociais”, disse.

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