Bom Para Todos: Trabalho Manual x Intelectual

O ator Pedro Cardoso, Agostinho Carrara, na Grande Família, em entrevista ao também ator lázaro ramos, falando do valor que por aqui damos ao trabalho, chega à triste conclusão: não damos valor ao trabalho, simplesmente. E cita como exemplo a pessoa que compra um apartamento de um milhão de reais e chama um pintor. Este cobra 5 mil reais. O proprietário vai ficar indignado com o valor cobrado, vai se sentir explorado. “Coisas a gente paga. O trabalho, não”.

Isso, diz ele, vem da formação do nosso país que é fundado pelo genocídio dos índios e pela escravidão. E conclui: um país que foi escravocrata por mais de 300 anos tem enorme dificuldade de aceitar o valor do trabalho.

A divisão entre o trabalho intelectual e o manual existe há milênios. E há milênios um se sobrepõe ao outro. O trabalho manual é visto como indigno, impróprio para “as pessoas de bem”, enquanto que o intelectual é colocado num olimpo. Quem tem mais razão nesta peleja entre o intelecto e o braçal? Um trabalhador que põe a mão na massa vale muito menos do que um que só usa a cabeça?

É do que vamos falar no Bom Para Todos.

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