Conselho da USP aprova congelamento de contratação em 2018

O Conselho Universitário da USP aprovou a continuidade do congelamento das contratações de funcionários no próximo ano. Estudantes e trabalhadores da Universidade denunciam que a decisão era esperada, já que o conselho é formado majoritariamente pela diretoria. A medida tem impacto no Hospital Universitário, nas creches e na Escola de Aplicação.

Conselho da USP rejeita a contratação de novos funcionários para o HU

São Paulo – A iniciativa de alunos, professores, médicos e enfermeiros em prol da continuidade dos serviços do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, o HU, teve mais um dia de mobilização nesta terça-feira (28). Desta vez, o ato em frente à reitoria da USP durante reunião do conselho universitário, em encontro para debater as diretrizes orçamentárias de 2018, reuniu cerca de 200 pessoas reivindicando a contratação de técnicos administrativos para a universidade e para o hospital.

Os manifestantes exigiram que a contratação de pessoal – em caráter amplo para toda a universidade ou em regime de urgência para o HU – entrasse na pauta de debate da reunião do conselho universitário. A manifestação até conseguiu introduzir o tema na reunião, porém, a maioria dos membros do conselho negou, em votação, dar prosseguimento à reivindicação de novas contratações.

Nos últimos meses, o HU tem sofrido com falta de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde – cerca de 300 profissionais saíram no programa de demissão voluntária. Quase todos os setores do hospital estão funcionando em período parcial ou foram encerrados, como é o caso do atendimento pediátrico, 10 leitos de UTI e 50 leitos da enfermaria. Desde maio, o hospital está no meio de uma crise administrativa, com a possibilidade de ver sua gestão ser transferida para a Prefeitura de São Paulo.

Segundo estudo do Instituto Opinião de Assessoria e Pesquisa, encomendado pelo Coletivo Butantã na Luta, a maioria dos entrevistados disse acreditar que a eventual mudança de gestão irá piorar a qualidade do atendimento, além de comprometer a caráter de hospital-escola do HU, elogiado por usuários e pela população da região do Butantã, zona oeste de São Paulo. Mais de 500 mil pessoas dependem do Hospital Universitário da USP.

“A universidade vem sofrendo desde 2014 com muitos cortes e o HU tem sofrido ainda mais com isso”, explicou Ciro Torres, de 24 anos, estudante de Enfermagem que participou do ato desta terça-feira. Para ela, a decisão do conselho universitário em negar a contratação de novos funcionários foi “lamentável”.

“Não é um corte só para a população que recebe atendimento, mas também é um corte para a nossa formação. Não vamos ter mais profissionais para acompanhar o aprendizado e o trabalho dos alunos”, afirmou, se referindo à função de hospital-escola do HU. Considerado uma unidade de ensino, pesquisa e extensão da USP, o hospital é tido como fundamental na formação e qualificação de cerca de 2.500 estudantes de diversas áreas da saúde.

Nos últimos dias, 46 deputados federais de São Paulo, dos mais diferentes partidos políticos, assinaram um abaixo-assinado em defesa da manutenção dos serviços do HU.

Fonte: Rede Brasil Atual

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