Em SP, secundaristas pedem investigação de desvios na merenda e qualidade na educação

Fonte: Rede Brasil Atual

No Dia Nacional do Estudante, comemorado ontem (11), estudantes secundaristas e representantes de pelo menos três entidades estudantis trocaram a sala de aula pelas ruas. Na manifestação realizada pela manhã na capital, eles seguiram em passeata do vão livre do Masp, na Avenida Paulista, até a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para cobrar efetividade nas investigações sobre os desvios de verba da merenda e uma educação de qualidade, laica, gratuita e democrática.

“Os secundaristas, que derrubaram o decreto de reorganização escolar e que conseguiram a instalação da CPI da Merenda vão continuar mobilizados contra qualquer tipo de retrocesso”, disse o diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Daniel Cruz, à TVT. “A gente vê a tramitação de um projeto que para nós é uma mordaça, que vai proibir o debate político dentro da escola”, disse sobre o projeto Escola sem Partido, (PL 867/2015), que proíbe professores de contestarem posições religiosas ou morais dos alunos, impedindo debates sobre gênero, religião e política.

No ano passado, os secundaristas de São Paulo chegaram a ocupar 213 escolas do estado após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar a “reorganização” escolar, que previa o fechamento de 94 escolas e a transferência pelo menos 311 mil estudantes para outras instituições de ensino. Após 25 dias de mobilização, o governador suspendeu o projeto de reorganização escolar. Em seguida, o então secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, pediu demissão.

No ato, os estudantes não pouparam críticas ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e ao presidente interino Michel Temer. Para eles, os dois são responsáveis por projetos que prejudicam a educação pública e a democracia do país. Os secundaristas pediram a saída de Temer e a convocação de novas eleições. “Nossa democracia foi golpeada e é preciso que a gente levante essa bandeira”, disse o presidente da Upes, Emerson Santos.

“O Alckmin no ano passado prometeu a reorganização e os estudantes barraram, mas quando virou o ano ele fechou uma série de salas de aula, que é uma reorganização disfarçada”, disse o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), Caio Guilherme. “Sobre os desvios na merenda, não dá para investigar o Alckmin com a base toda da CPI sendo também base do governo.”

 

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