Taxa de juros é mantida em 14,25%, e BC reforça pedido de ‘ajustes’

Fonte: Rede Brasil Atual

A taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 14,25% ao ano pela oitava vez seguida. Está nesse nível desde julho do ano passado. A decisão, esperada, unânime e sem viés, foi anunciada no início da noite de hoje (20) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na primeira reunião sob o comando de Ilan Goldfajn. O BC, em seu comunicado, fugindo do tom lacônico habitual, engrossa os pedidos de ajustes na economia, “de forma mais célere”, sob pretexto de controlar a inflação.

“O conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom mostra perspectiva de estabilização da atividade econômica no curto prazo. Entretanto, as evidências sugerem que a economia segue operando com alto nível de ociosidade”, diz comunicado divulgado pelo Copom. “No âmbito externo, o cenário permanece desafiador. No curto prazo, o ambiente encontra-se relativamente benigno para as economias emergentes. No entanto, a dinâmica da recuperação da economia global permanece frágil, com incertezas quanto ao seu crescimento.”

O Copom diz ver “riscos domésticos” no caso da inflação, que pode se mostrar acima do esperado no curto prazo de forma persistente. Além disso, “incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia permanecem”. Para o BC, “ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere, permitindo ganhos de confiança e reduzindo as expectativas de inflação”. No conjunto, o Copom considera que o cenário atual indica não haver espaço para flexibilização da política monetária.

Durante o dia, o presidente interino, Michel Temer, publicou mensagem em rede social afirmando que o BC tem “plena autonomia” para definir a taxa de juros. Horas antes, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, havia dito que Temer veria “com bons olhos” uma redução dos juros.

“Infelizmente, o governo continua sacrificando o crescimento econômico, estrangulando a produção e frustrando a geração de postos de trabalho. Como a atividade econômica continua estagnada, o País perde uma ótima oportunidade de reduzir drasticamente a taxa Selic e, assim, dar uma injeção de ânimo no setor produtivo”, diz, em nota, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Para o também presidente do Solidariedade, o rentismo e a especulação financeira “têm drenado imensas quantidades de recursos vitais ao pleno desenvolvimento nacional”. Ele afirma que a manutenção da Selic prejudica as campanhas salariais deste segundo semestre e contribui para aumentar o desemprego.

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