1 ano de Lama e Luta – Especial TVT em Defesa dos Atingidos

Em 05 de novembro de 2015, há um ano, a barragem do Fundão da mineradora Samarco, controlada pela Vale/BHP Billiton rompeu. Um Mar de Lama tóxica, contaminada pelos rejeitos de metal pesado, soterrou Bento Rodrigues, distrito de Mariana, e outros municípios vizinhos, deixando 21 mortos, e a contagem continua.

A Lama tóxica seguiu do Rio Gualacho do Sul, para Rio Carmo até Rio Doce, envenenando a água até Regência, no Espírito Santo, onde desembocou no mar. Os danos ambientais e sociais são imensuráveis.

Para denunciar o Um ano de Impunidade da empresa, a TVT lança este especial em defesa dos atingidos pelo desastre e do meio ambiente.

Saúde

Além dos danos diretos da lama que soterrou famílias deixando centenas de famílias sem casa. A água envenenada vêm trazendo, desde então, outros danos à saúde dos moradores das cidades abastecidas pelo Rio Doce. Casos de doenças de peles e infecções diversas e problemas respiratórios – em locais como Barra Longa, único município a ter seu perímetro urbano soterrado,  aumentaram significativamente.

Depressão. Transtornos, como do sono. Vômito. Diarreia. Ociosidade que causa estresse, dependência química em álcool e outras drogas. E o contato com a lama e a água contaminada pode provocar doenças que levam à morte, de acordo com laudo da  Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares apresentado durante o Encontro dos Atingidos por Barragens, que marcou um ano da tragédia.

Trabalho

Além do danos à saúde e ambientais. O desastre teve um impacto desastroso também para os trabalhadores e trabalhadoras. Mais de 6 mil pescadores da região, de acordo com MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens, estão impossibilitados de trabalhar. Cidades como Regência, que tinha sua economia toda voltada para a pesca e o turismo, estão em situação muito crítica. A praia, conhecido ponto de encontro de surfistas, também segue imprópria para banho.

Além disso, o desastre da Samarco deixou mais de dois mil desempregados – terceirizados, na própria mineradora.

Um ano depois

Um ano se passou e pouca coisa mudou. Nenhum responsável foi punido. A maior parte das famílias ainda não foram indenizadas e sofrem as mazelas do desastre continuado. De acordo com o advogado do MAB, Leandro Gaspar Scalabrin “Um ano depois, muito pouco foi feito, principalmente pelo modelo que se escolheu de repassar para uma empresa privada todo o processo de reparação e indenização das famílias. Este é o principal motivo de violação que tem feito com que se priorize a recuperação de atividades empresariais e não a recuperação da vida e do trabalho das pessoas”.

As mobilizações para denunciar o crime e pedir restauração continuam. Na data que marcou um ano de impunidade do crime da Samarco (Vale\BHP Billiton), o MAB realizou um grande encontro reunindo famílias de todas as regiões atingidas pela lama na bacia do Rio Doce  para reforçar a solidariedade e o empenho coletivo na luta pelos direitos.

As atividades de memória pela tragédia, denúncia da violação de direitos e fortalecimento da organização incluiram uma Marcha que saiu de Regência, no Espírito Santo, no dia 31 de outubro de 2016 e percorrendo até 2 de novembro diversas cidades atingidas reunindo moradores e fazendo assembleias e debates com as famílias. No final da Marcha foi realizado  um grande Encontro na cidade de Mariana entre 3 e 5 de novembro.

 

 

1 ano de Lama e Luta

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