Arquitetura da criação, exorcizando a destruição | Roda Multicêntrica

O conceito da cidadania cultural foi amplamente trabalhado e difundido durante gestão Gil-Juca à frente do Ministério da Cultura. Ele está diretamente ligado à efetivação das dimensões simbólica, econômica e social da cultura, que por sua vez abrange a criação artística e cultural, bem como toda força de trabalho e renda inerente ao setor. Sabemos que é possível, pois, experimentamos o momento mais dinâmico da gestão pública cultural de nossa história, quando a cultura Passou a ser considerada e respeitada como um direito.

Infelizmente essa cadeia produtiva, construída com muito trabalho, sofreu um profundo ataque iniciado com o golpe de Estado, que afastou a presidente Dilma Rousseff do Planalto. A crise instaurada foi aprofundada com a chegada da pandemia de covid-19, quando o setor foi o primeiro a ser atingido. Em menos de quatro anos vimos a destruição gradativa das políticas públicas culturais elaboradas e implantadas durante os governos Lula e Dilma. A situação da cultura hoje é desesperadora. Um cenário trágico de destruição quase total.

Por outro lado, a militância cultural, organizada em todo país, nas ruas, nos diversos fóruns e nas redes sociais impõe ao governo nazifascista ações de resistência que vislumbram o fim desse período de obscurantismo e o início de um novo ciclo democrático, que possibilite retomada da elaboração das políticas culturais estruturantes e, ao mesmo tempo, possam aplicar medidas emergenciais capazes de dirimir o sofrimento dramático por que passam os artistas e trabalhadores da cultura em todo país.

Nesta arquitetura da criação, defendemos a imediata aprovação da Lei Paulo Gustavo e, a partir dela, a implantação de políticas públicas culturais sistêmicas e de Estado para além de editais e patrocínios, que possam valorizar o setor criativo, em suas diversas dimensões, na multicentralidade dos estados, cidades, bairros e territórios e espaços comunitários.

Juca Ferreira é sociólogo, foi duas vezes Ministro da Cultura, ex-Secretário de Cultura de São Paulo e de Belo Horizonte. Duas vezes vereador e Secretário de Meio Ambiente em Salvador. Embaixador especial da Secretaria Geral Ibero-Americana.

Gilberto Carvalho é ex-chefe de Gabinete da Presidência da República nos governos Lula, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e uma das principais lideranças do Partido dos Trabalhadores.

Adair Rocha é professor da PUC-RJ e da UERJ e diretor do Departamento Cultural da UERJ. É autor do livro “Cidade Cerzida” e criador do Roda Multicêntrica, na TV Portal de Favelas.

Márcio Tavares é historiador, curador de arte e gestor cultural. É doutor em Arte pela UnB e Secretário Nacional de Cultura do PT.

Maria Marighella é mãe, atriz, gestora cultural e vereadora de Salvador pelo Partido dos Trabalhadores. Sua candidatura foi fundada junto à ManifestA ColetivA, movimentação cidadã de ocupação da política institucional que defende “uma outra cultura política em Salvador”.

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