Conde entrevista Lula, reapresentação especial | Prerrogativas

Era 9 de agosto de 2020, domingo dia dos pais. Eu havia costurado uma entrevista com Lula pelas mãos de Janja, Stuckert e do próprio Lula. Lembro que ficara indignado com a quantidade de entrevistas que Lula ia dando pelas redes sociais e das repetições obsessivas das pautas: “todos perguntam a mesma coisa?”, resmungava comigo mesmo.

Resolvi agir. Deixei um recado para Janja dizendo que precisava falar urgente com Lula na manhã de domingo (um domingo anterior, dia 2 de agosto). Janja me respondeu dando o ok. Chega domingo e eu ligo. Após as trocas habituais de camaradagem e da preocupação de Janja comigo (fiquei preocupada…), eu desando a bronquear com o meu “amigo”: Vai ficar respondendo as mesmas perguntas, bicho? Não pode! Tem que trazer a dimensão do afeto, dos sentimentos que te tomaram na prisão! Para tudo! Vamos fazer uma entrevista, você e eu, para a gente falar tudo o que se tem direito e um pouco mais!

Lula coçava a barba – era uma videochamada – e dizia meio que para dentro: “é mesmo, a gente tem que fazer isso”.

Eu então proponho a data, pensando nas possibilidades do Youtube, das redes sociais e do pool de canais que eu começava a construir: vamos fazer domingo às 11h da manhã. Lula me fala que nunca dava entrevista no domingo, mas que abriria uma exceção para este pobre Conde.

Entrevista marcada, saio eu a preparar uma pauta afetiva e politicamente robusta, na intenção de fazer um “carinho” no futuro presidente. Pedi depoimentos de todos os seus mais próximos: seguranças, amigos, familiares, assessores etc. Mais Adolfo Pérez Esquivel, Raduan Nassar e outros monstros da cena político-literária mundial.

O resultado foi uma entrevista plena de afeto de duas horas e meia, com Lula solto, feliz e ao lado de sua Janja – que participa ao final da entrevista.

Nesses últimos dois anos e meio, desde a entrevista – que foi ao vivo -, eu sequer voltei a acessá-la para degustar fragmentos ou editar trechos. Era missão cumprida.

Hoje, véspera da posse de Lula, me veio um sentimento muito forte deste momento. Percebi que era hora de republicá-la como pano de fundo para o histórico dia da posse de seu terceiro mandato.

E também como presente a todos vocês que me acompanham por esses campos digitais.

Feliz 23 a todos! Que Lula, com sua gigantesca generosidade e inteligência, nos ilumine a todos pelos próximos 4 e pelos próximos mil anos.

São os desejos deste singelo plebeu trabalhador nomeado conde por razões que extrapolam a minha criatividade.

Beijos a todos e boa entrevista!

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