Cultura não é evento! Com Adair Rocha | Podcast do Conde

Adair Rocha é professor da PUC-RJ e da UERJ e diretor do Departamento Cultural da UERJ. É autor do livro “Cidade Cerzida” e criador do Roda Multicêntrica, na TV Portal de Favelas.

Articulou a criação do Movimento Fé e Política, a partir do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) de Petrópolis, com Leonardo Boff, Gilberto Carvalho, Patrus Ananias, Frei Betto, Pedro Ribeiro de Oliveira, Marcia Miranda, Benedita da Silva. Ele coordenou a Revista Fé e Política, ainda em 1986.

No início dos anos 80, participou da criação das ADPUC (Associação de Docentes da PUC) e ADUSU (Associação de Docentes da USU) e, em seguida, da criação da ANDES (Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior), na UNICAMP.

Entre os anos de 78 e 80, participou da criação do Movimento pró-PT e, no SION, da fundação do PT.

Adair Rocha também participou da coordenação de Cultura na Campanha de Lula, em 1989, especialmente na articulação com os artistas para os programas de TV, shows no Sambódromo e no Pacaembu.

No segundo turno, ajudou a reunir os artistas que apoiaram Leonel Brizola, como Caetano, Beth Carvalho entre outros. Essa movimentação está descrita por padre Ricardo Rezende, em “Rio Maria, o Canto da Terra”, quando ele a presenciou nas hospedagens na casa de Adair, no Rio, quando vinha do Pará.

Em 1990, construiu em sua casa uma das reuniões mais representativas com os artistas, enquanto Lula discutia o Governo paralelo. De Chico Buarque a Bussunda, passando por Mautner e Macalé, músicos, cartunistas etc.

Na metade dos anos 90, com o IBGE publicando o MAPA da FOME, com 35% da população brasileira abaixo da linha da pobreza, Betinho – o irmão do Henfil – e Adair reuniram Dom Mauro Morelli, Luiz Pingueli Rosa, Plínio de Arruda Sampaio, Jether Ramalho entre outros Pastores para iniciar a “Campanha da Ação da Cidadania, Contra Miséria e pela Vida”, que se tornou a “Campanha da Fome” ou “do Betinho” com comitês pelo Brasil inteiro. Esta campanha, infelizmente, está de volta.

Continuando na virada do milênio, Adair Rocha foi subsecretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, ocupando-se, especialmente, da Baixada Fluminense e do Interior do Estado, sendo também Conselheiro Estadual de Cultura, compartilhando a gestão com Nélida Piñon, Ziraldo, Satamini dentre outros.

A partir de 2004, vai para Brasília assessorar o ministro Gilberto Gil – considerado por Adair um dos melhores gestores públicos da história recente.

O marco histórico das políticas públicas de Cultura, dos governos Lula e Dilma foi a passagem das BACs (Base de Apoio Cultural) para o Cultura Viva, os Pontos de Cultura, da Escola Infantil do Cartola, ao Museu da Maré e às Bromélias da Zona do Mangue.

De 2006 a 2010 Rocha vai para o Rio, mais especialmente, para o Palácio Gustavo Capanema, trabalhando na Mesa em que nosso poeta maior, Drummond de Andrade trabalhou, como Representante do MinC, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Volta em 2014 e se torna réu em segunda instância, quando da Ocupação do Palácio pelo Impeachment.

Adair Rocha ainda Co-organizou com Luiz Alberto Gomez de Souza, o livro “O Povo e o Papa”, com os principais quadros da Teologia da Libertação, descrevendo e analisando a vinda de João Paulo II ao Brasil.

Seu livro “Cidade Cerzida” está na terceira edição. Tem cerca de cinquenta artigos e capítulos de livros, revistas e jornais. Criou o Núcleo de Comunicação Comunitária na PUC-Rio, onde leciona há 42 anos. Ali, criou com Miguel Pereira, o curso “Cinema, Criação e Pensamento”, para moradores de Favelas.

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