CUT quer comissão da OEA no Brasil para avaliar impactos da reforma trabalhista

Fonte: Rede Brasil Atual

São Paulo – A CUT solicitou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), que envie representantes ao Brasil para ouvir trabalhadores e avaliar retrocessos da reforma trabalhista do governo Temer, que entra em vigor em 12 de novembro (Lei 13.467).

O pedido foi feito em audiência realizada pela CIDH, em Montevidéu, no Uruguai, na última segunda-feira (23), sobre as novas regras do mercado trabalho que, segundo o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, representam uma agressão aos direitos humanos do trabalhador brasileiro.

“Essa reforma trabalhista agride os direitos humanos, uma vez que o trabalho digno é um desses direitos. Levamos à Organização Internacional do Trabalho (OIT), no meio do ano. Agora levamos à OEA, e vamos continuar denunciando aos organismos internacionais os ataques aos direitos trabalhistas”, afirmou Lisboa à Rádio Brasil Atual nesta quinta-feira (26).

Além da CUT, também estiveram presentes na audiência representantes da UGTNova Central, do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait).

De acordo com a vice-presidenta da Anamatra, Noemia Porto, as transformações no mercado de trabalho brasileiro chamaram a atenção da CIDH. A audiência foi acompanhada, de perto, segundo ela, pelo ministro uruguaio do Trabalho, Ernesto Murro, e representantes da Argentina, Paraguai, Chile, dentre outros.

“O que foi denunciado é que a reforma não atende ao critério da progressividade. Existe uma tentativa de se constranger juízes e tribunais, uma negativa de acesso ao Judiciário – em especial aos trabalhadores mais pobres – com aumento de contratos precários que podem ensejar elevação de acidentes de trabalho, e a questão do trabalho escravo”, conta a magistrada.

A CUT lançou campanha nacional pela anulação da reforma, e está coletando assinaturas para um abaixo-assinado em apoio a projeto de lei de iniciativa popular.

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