Com a proposta de discutir a situação do país, o cenário eleitoral e o papel dos meios de comunicação e do jornalismo neste contexto, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé promove, na quinta-feira (7), um bate-papo de jornalistas com Eric Nepomuceno.
Com mais de 50 anos de ofício, o jornalista e escritor compartilha a sua visão sobre os rumos do país e da América Latina no contexto das disputas de 2022.
“Convivi muito de perto com algumas das melhores cabeças do meu tempo, a começar por Darcy Ribeiro (…). Em meus tempos de repórter saí ileso de cobrir guerrilha urbana em várias cidades da Argentina (de 1973 a 1976) e guerras civis (de 1977 a 1983) no deserto do Saara e na América Central. Passei por dois exílios, o primeiro involuntário (saí do Brasil porque quis, e em Buenos Aires comecei a publicar, na imprensa local, denúncias contra a nossa ditadura; com isso, passei a não poder voltar) e o segundo, mais do que exílio, foi literalmente fuga (de Buenos Aires e da ditadura do general Jorge Rafael Videla, em agosto de 1976)”, recordou Nepomuceno em artigo publicado no Brasil 247, recentemente, por ocasião de seu 74º aniversário. “O que eu jamais supus, nem nos momentos de mais bruma, é que chegaria a esta idade vendo meu país do jeito que está”.
Referência na tradução de obras literárias de escritores como Jorge Luis Borges e Eduardo Galeano, Nepomuceno se notabilizou, especialmente, por seu trabalho com a obra de Gabriel García Márquez, que produz relatos e tem íntima relação com a história da Colômbia – que acaba de eleger, pela primeira vez em sua história, um presidente progressista.
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