Live do Conde! Curtindo a vida adoidado

Enquanto os problemas sociais, políticos, econômicos, ambientais e institucionais do Brasil crescem de maneira exponencial, o presidente da República desfila com seu Jet Ski em tom de deboche e de eternas férias.

Aliás, há um equívoco fundamental no parágrafo acima. Não são os problemas do país que “crescem”: é Bolsonaro quem cuida diligentemente para que eles cresçam e tomem ares de dramaticidade.

Nunca a população brasileira sofreu tanto com desemprego, inflação, desemprego e violência política.

O desalento não é dos desempregados que não procuram trabalho, mas de um país inteiro que não tem perspectiva de nada, a não ser de uma eleição que permita dar o início da restauração da dignidade.

A única dimensão que nos dá esperança neste momento é justamente o alvo principal do presidente da República. Bolsonaro ataca as eleições como a mais terrível ameaça à “estabilidade” nacional, um processo repleto de fraudes e ilegalidades.

Enfraquecido, o presidente já não bota mais medo em ninguém, mas o estrago que ele articula será o maior vexame da nossa história, bem no nervo do Bicentenário (e até onde posso ver, nós merecemos).

Bolsonaro enlameará a vitória espetacular de Lula e terá o beneplácito do nosso jornalismo de cativeiro nesse intento: os grandes veículos de comunicação já deixaram claro que irão contribuir para eclipsar da impressionante vitória lulista que se avizinha.

A notícia da noite de 2 de outubro, mesmo com a vitória de Lula, será Bolsonaro e seu miserável talento para atrair os holofotes cúmplices de uma imprensa que o tem como santo padroeiro (se não sabiam, saibam: São Bolsonaro é o santo padroeiro do jornalismo convencional brasileiro).

Teremos de amargar mais essa: vencer as eleições e ter de assistir Bolsonaro e jornalões emporcalhando a vitória da democracia.

Se serve de consolo, será o início da virada de página. Levando-se em conta o grau de delinquência de nossas elites brancas, já é muita coisa.

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