LIVE DO CONDE! O guru da morte

Em um mundo civilizado, levemente revestido de cifras democráticas, Olavo de Carvalho seria considerado um palhaço incendiário e nada mais. Um Paulo Francis sem erudição vagabunda, um Pedro Bial sem deslumbramento e cafonice, um Augusto Nunes sem complexo de inferioridade, um Rodrigo Constantino com dois neurônios a mais.

Seria, a rigor, um iconoclasta divertido, bobo da corte, personagem folclórica, colunista da Folha de S. Paulo ao lado de Antonio Risério.

A tragédia, no entanto, é que Olavo viveu em um mundo incivilizado, prenhe dos mais odientos pendores golpistas e elitistas. A elite branca vagabunda brasileira, burra, racista e egocêntrica, viu em Olavo de Carvalho a oportunidade de se revestir com uma leve película de sofisticação intelectual.

O nosso jornalismo de cativeiro contribuiu ferozmente para essa equação trágica (de um idiota convencendo legiões de idiotas), elevando Olavo de Carvalho a “escritor” e “filósofo”.

Nesse contexto, o guru da morte e do ódio se tornou altamente tóxico e serviu como referência sub acadêmica para a mais detestável casta de bandidos que chegou ao poder neste país.

Sua morte marca o declínio dos imbecis, a diluição da miséria intelectual, o esfarelamento do ódio profissional que ainda habita as chefias de redação dos grandes jornais brasileiros – vide o episódio Antonio Risério.

Quando Hitler morreu, ninguém chorou. Foi, enfim uma festa – ainda que extremamente dolorosa pelo rastro de destruição e morte. O mesmo vale para esta criatura infeliz que contaminou com o ódio balbuciante todos aqueles que tiveram o azar de lhe roçar o caminho.

Olavo de Carvalho foi um inimigo do pensamento, da humanidade e da vida. Que sua trágica passagem por este planeta nos sirva, ao menos, de lição – de como não se deve assassinar o intelecto com a iconoclastia vagabunda dos fracassados.

Deixe um Comentário

comentários