Os militares e as eleições, com Glenda Mezarobba e Marcelo Pimentel | Podcast do Conde

Glenda Mezarobba é Mestre e doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora independente, na academia trabalha, sobretudo, com a temática dos direitos humanos. Pioneira nos estudos sobre justiça de transição, ou seja, em como os Estados lidam com legados de violações em massa de direitos humanos, como especialista escreveu os quatro verbetes referentes ao Brasil para a primeira enciclopédia sobre o tema, publicada pela Cambridge University Press, em 2012. Depois de assessorar o representante da sociedade civil na elaboração do anteprojeto de lei que deu origem à Comissão Nacional da Verdade, atuou como consultora sênior para a mesma CNV. Na comissão, conduziu parte do diálogo com as Forças Armadas, desenvolveu pesquisa nos arquivos da ONU e é a responsável, no Relatório Final, pelo capítulo que trata de violência sexual, violência de gênero e violência contra crianças e adolescentes. Desde 2010 também atua na área de fomento à ciência, tecnologia e inovação, com experiência em cooperação nacional e internacional. Foi diretora de Cooperação Institucional do CNPq.

Marcelo Pimentel é coronel da reserva. Formou-se pela Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN) em 1987, dez anos após a entrada de Bolsonaro na instituição. Pertence, portanto, à geração seguinte à dos militares que passaram pela escola a partir de 1969 e integram o atual governo. Ele interpreta a relação desse grupo, que chama de “partido militar”, com a cúpula hierárquica das Forças Armadas: “Você não ouve nenhuma manifestação de general da ativa do atual alto comando. São os generais das turmas de 1981 até 1985, o comandante é da turma de 1980. No jogo do mau e do bom policial, pretendem ser reconhecidos pelo próximo governo como a garantia de que vai conseguir governar”. E arremata: “Minha geração não é golpista, pelo contrário”.

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