Quem foi que inventou o Brasil, com Franklim Martins | Podcast do Conde

No dia 9 de março, o jornalista Franklin Martins lança em São Paulo (SP) o Volume Zero do livro “Quem foi que inventou o Brasil?”, que traz um subtítulo esclarecedor: “A música conta a história do Império e do começo da República (1822-1906)”. Ele dá sequência aos três primeiros volumes da obra, publicados em 2015, que se dedicaram à intensa relação entre a música e a política na República (1902-2002). O evento acontece no Patuscada (R. Luís Murat, 40 – Pinheiros), a partir das 19h, com entrada gratuita.

No livro (de 614 páginas), Martins mostra que a invenção do Brasil pela música é ainda mais antiga do que respondeu Lamartine Babo na marchinha “História do Brasil”, extraordinário sucesso do carnaval de 1934. Para contribuir com essa missão, o autor reuniu cerca de 300 canções, a maioria gravada pela primeira vez para o livro. O material está disponível em www.quemfoiqueinventouobrasil.com.

De acordo com o autor da obra, lançada pela Kotter Editorial, a relação do país com a canção vem desde a formação do Brasil enquanto nação independente. “Algumas das canções deste período foram produzidas nos palácios e instituições oficiais, mas a maioria nasceu nas ruas, ou seja, nos circos, barracas, senzalas, teatros, salões, rodas de boêmios, cafés-cantantes e chopes berrantes”, explica Martins. “Também no Império nossa música popular, cantando e brincando, buscou os caminhos para registrar os fatos do momento e expressar insatisfações e esperanças, muitas vezes trombando com os donos do poder.”

Compre o livro:

https://kotter.com.br/loja/quem-foi-que-inventou-o-brasil-volume-zero-franklin-martins/

Franklin Martins é jornalista. Foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Brasil durante o segundo mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva até dezembro de 2010.

Começou a trabalhar como jornalista aos quinze anos, como estagiário do jornal “Última Hora”. Aos vinte anos, como estudante de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (à época Universidade do Brasil), Franklin foi eleito presidente do DCE da Universidade e, logo depois, vice-presidente da União Metropolitana dos Estudantes, do Rio de Janeiro.

Quando jovem, foi líder estudantil e depois guerrilheiro, militante do grupo comunista MR-8 e da Dissidência Universitária da Guanabara, em que era conhecido pelo codinome de Valdir. Durante a ditadura militar, teve papel importante nos movimentos que se opunham ao regime.

Foi preso em outubro de 1968 durante sua participação no XXX Congresso da UNE em Ibiúna e foi libertado um dia antes do Ato Institucional 5. Depois passou a ser procurado por roubo a banco e assalto a carro pagador efetuados com o objetivo de obter dinheiro para financiar a luta armada contra a ditadura.

Em 1969, na busca de libertar Vladimir Palmeira, idealizou, junto com Cid Benjamin o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles B. Elbrick. A operação foi realizada em parceria com militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). O sucesso da operação forçou o governo brasileiro a libertar quinze guerrilheiros presos. Devido a tal fato, Franklin Martins está até hoje impedido de entrar nos Estados Unidos – situação similar à do deputado Fernando Gabeira, que também participou do sequestro. Neste período ele se aproximou do então líder estudantil José Dirceu.

Devido à repressão do governo militar, partiu em exílio para Cuba, no Chile e na França. Enquanto esteve em Cuba, na província de Pinar del Río, teve aulas de armamento, explosivo, túneis e principalmente táticas militares. Na França, diplomou-se na Escola de Ciências Sociais da Universidade de Paris. Voltou para o Brasil com a anistia concedida pelo governo militar.

Foi considerado pela Revista Época um dos cem brasileiros mais influentes do ano de 2009.

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