Seminário discute genocídio de jovens negros

Na faculdade de Direito da USP, na capital paulista, um seminário discute juventude e vulnerabilidade. O principal tema em debate é o genocídio da juventude negra e pobre, especialmente na periferia. Conforme o Atlas da Violência 2017, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.

Racismo e ausência do Estado agravam violência nas periferias

Redação Rede Brasil Atual

O genocídio juventude negra da periferia foi tema nesta quarta-feira (7) de seminário na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. O preconceito, a desigualdade e a ausência de políticas públicas para a juventude foram apontados como causas da violência contra essa população. A falta de ações do poder público nas periferias também foi identificada como agravante das desigualdades, em outro evento na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo.

“O racismo abre a porta para muitas vulnerabilidades. Junto disso, um país controlado por velhos não produz políticas adequadas para a juventude e nenhuma política adequada para a juventude negra. São meninos, que estão expostos à pobreza, em comunidades habitadas pelo tráfico de drogas, de armas, expostos a muitas violências e nenhuma segurança pública”, diz Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional, que participou do debate na USP.

Segundo dados do Atlas da Violência 2017, divulgados nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a cada 100 pessoas assassinadas, no Brasil, 71 são negras. O relatório também mostram que o negro tem 23,5% mais possibilidades de ser assassinado que as outras pessoas.

“Com desemprego, com desigualdade social, se tem um grupo de pessoas que são descartáveis. Por toda a história da escravidão e da exclusão, os negros são os mais ‘matáveis'”, diz a pesquisadora Marisa Fefferman.

“Chegamos ao genocídio quando se tem menos acesso a oportunidades, em educação, no trabalho e moradia. Essa conta de subtração não dá outro resultado senão o genocídio”, concorda a advogada Valdênia Paulino.

 

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