Unicamp aprova 38% de estudantes negros e pardos

O número de alunos negros e pardos aprovado na graduação da Unicamp aumentou 38%, após a Universidade Estadual de Campinas adotar o sistema de cotas raciais no vestibular.

Os números mostram que a cota é uma importante medida na luta por inclusão social e racial no ensino superior.

Cotas: negros e pardos ocupando as universidades

A felicidade de Felipe está estampada no rosto. Ele foi aprovado no curso de Artes Cênicas da Unicamp no sistema de cota racial. Filho de pai negro, mas criado apenas pela família da mãe que é branca, ele disse que demorou para se reconhecer como negro e esse resgate da identidade surgiu no cursinho pré-vestibular.

“Eu fui para o cursinho da Poli que eu tive contato com outras vivências e pude perceber e me ver como pessoa preta e ocupar esse lugar”.

Nesta primeira chamada foram aprovados 1.293 estudantes que se declararam pretos ou pardos, o equivalente a 38% do total de aprovados.

Cotas para alunos de escolas particulares

Em entrevista com o coordenador dos vestibulares da Unicamp, José Alves de Freitas explica que apesar da adoção tardia ao sistema de cotas, o processo se diferencia das universidades federais porque permite a participação de estudantes negros de escolas particulares

Não faz sentido termos uma sociedade que fala sobre a promoção de cidadania onde boa parte da população não usufruir dos mesmos direitos. Neste sentido, à população negra e a Unicamp dão um passo importantíssimo para ajudar a construir uma outra sociedade”.

Vitória para mobilização dos movimentos negros

Para o professor da UNB (Universidade Federal de Brasília) e coordenador do Instituto de Inclusão no ensino superior e na pesquisa, José Jorge de Carvalho, adotar o sistema de cotas raciais é fruto da mobilização do movimento negro e da sociedade civil.

“Com as costas uma primeira geração de jovens negros começa a entrar no mercado de trabalho e impostos onde antes não fechados para eles. Você tem um segundo ganho que é uma mudança também do perfil intelectual”.

O professor lembra que em 1999, quando se iniciou a discussão das cotas raciais na UNB (Universidade Federal de Brasília) o percentual de negros não chegava 3%.

Hoje a realidade é bem diferente. “Tive turmas que eu dava aula onde todos os alunos eram brancos. Agora é inconcebível que voltássemos a isso. Não faz mais sentido.

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